Querida Zaira,

Nesse curso de teatro, você ensinou a todos nós, muita coisa sobre a "arte de representar". Com paciência e dedicação, sempre adaptando-se e solucionando os inúmeros obstáculos de ordem funcional administrativo e de ordem pessoal de cada um dos alunos. A todos você corrigia, quer na voz, na emoção, na expressão do rosto, na postura, dando dicas de como melhorar o desempenho dessa arte que não é para qualquer um...e hoje, eu posso afirmar que todos nós estamos muito melhores do que ontem. E a responsável por essa transformação em nossas vidas é você.

Nenhuma crítica lhe deve ser imputada...razões infundadas, mesquinhas de visão estreita das coisas, ou até egoísmo mesmo, jamais deveriam ser feitas. A atitude de respeito pelo outro, é raiz primeira do ser humano. Penso que está faltando uma paixão pelo bem, e tudo que a gente possa abraçar como ética, conhecimento, altruísmo, generosidade, assim como se a vida fosse uma viagem e nela só possuíssemos nossas ações. É preciso perceber não só as coisas, mas sim, a sua metamorfose ininterrupta, colocando-nos diariamente na fluidez do movimento da vida, como seres transitórios.

Todos nós do Grupo Caras de Palco, já somos bem grandinhos... e quando a gente alcança um estado de amadurecimento de sacar que existe dentro de nós uma sinceridade absoluta, uma enorme paixão pelo bem que atingem as verdades eternas, aí sim, ao invés de críticas, picuinhas e até ingratidão, deveríamos, pois, ter gestos de educação e bondade, num plano vastíssimo de ações. Sendo esta condição "sine qua non" para fazermos parte de qualquer tipo de grupo. No episódio desagradável que ocorreu, faltou espírito de gentileza que nutre a alma e o coração. E a retórica, acabou por empobrecer mais o mundo, ou seja: "cada um olhando para o seu próprio umbigo" Se a gente quer um mundo melhor, parece-me, que as pessoas deveriam ao menos saber o que ignoram, antes de se manifestarem...naquele momento, pareceu-me uma falta de reverência por você. Creio que deva ter sido inconsciente. enaltecê-la, sim, pelo seu talento, seu dom, sua vocação e principalmente por esse grande desafio de nos ensinar a arte de representar.

Os frutos colhidos desse aprendizado que você nos deu, não tem preço! Você nos levou para o palco, nos propiciando condições de "inflar os nossos egos", fazendo com que o nosso público familiar e de amigos, tivessem orgulho de nós.

Alguns esqueceram-se dessa alegria incontida que você nos proporcionou quando as cortinas se abriram! Por isso Zaira, dê de ombros, e fique prosa, você é muito fera no que faz, responsável, amável, inteligentíssima e tudo o que você é hoje, foi conquistado com o seu talento e determinação. Entretanto, como é indispensável para a nossa paz, a aceitação dos outros como eles são, apesar do que são... não estranhe que na festa da vaidade do egoísmo do individualismo, a Gratidão não esteja presente...

Um forte e fraterno abraço
da camarada Vina.